Sendo ou não em função de alguma crença metafísica, ver no sofrimento oportunidades de crescimento e, dessa perspectiva, retirar dele todo o aprendizado possível, tem sido fundamental para a única interpretação de “vida feliz” que faz algum sentido para mim, a saber, a de uma vida que ganha em sentido a cada vez que eu saio de uma prova carregando estes aprendizados, mesmo que tendo perdido tudo o mais. Portanto, questionar-se sobre o porquê das coisas serem como são pra si próprio é pura perda de tempo. O que é inevitável, a gente toma nos braços, lida com isso e assim que possível deixa para trás. E vai aprendendo a cada passo a evitar aquilo que é possível evitar.

Gosto do pensamento budista de que “nada disto existe”, pois desconstrói a solidez e concretude (e, consequentemente, peso) que atribuímos às situações, coisas, pessoas. Contemplar essa desconstrução tem me permitido realmente experienciar este mundo de uma forma bem mais inteira, ao mesmo tempo que leve, moderadamente apegada.